Saudades
Sempre dentro de mim as sinto e vejo
Estas saudades, estas gratas flores;
Um dia acariciando com um beijo
Outro dia pungindo com as dores.
Às vezes como um sonho malfazejo,
Pintando a luz do inferno de vivas cores,
Às vezes mais ardente que o desejo,
Sonhando em céus danil um céu d´amores.
Sustentam-se de mim, e eu d´elas vivo;
Minhas cativas são, e eu sou cativo;
São todo o meu sofrer, todo o meu gozo.
Que as sinta eu sempre em mim, sempre famintas
De não senti-las morrerei saudoso!
Ai! Se tenho de as ver um dia extintas.
Luís de Camões
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