Nova Ilusão
No rarear dos deuses e dos mitos
Deuses antigos, vós ressuscitais
Sob a forma longínqua de ideais
Aos enganados olhos sempre aflitos.
Do que vós concebeis mais circunscritos,
Desdenhais a alma exterior dos ritos
E o sentimento que os gerou guardais.
Lá para além dos seres, ao profundo
Meditar, surge, grande e impotente
O sentimento da ilusão do mundo.
Os falsos ideais do Aparente
Não o atingem – único final
Neste entenebrecer universal
Fernando Pessoa
13/061888 – 30/11/1935
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